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Como funciona a Energia Fotovoltaica em condomínio - Energia solar

Entenda os benefícios da tecnologia, as restrições e o que considerar na hora de optar pela energia fotovoltaica no seu condomínio.



O consumo de energia do seu condomínio é um dos culpados pela sua dor de cabeça? Tem ideia de algum remédio para amenizar os sintomas?


Pois é, com o avanço da tecnologia e custos cada vez mais acessíveis, a utilização de placas de energia solar fotovoltaica começa a virar realidade em condomínios. E pode ser uma excelente alternativa em tempos de crise energética, não só pela economia, mas também pela proteção contra risco de apagões.


Inicialmente, o valor de investimento pode até assustar. Ele varia de acordo com a necessidade de cada condomínio, sendo os principais fatores o consumo de energia e a acessibilidade do local de instalação.


Mas a boa notícia é que bancos passaram a oferecer um financiamento para fontes renováveis com prazos de amortização mais longos.


Foi aprovado, em agosto, pela Câmara dos Deputados o Projeto de Lei n° 5829/2019, cujo objetivo é criar o Marco Legal para a geração própria de energia solar e demais fontes renováveis no Brasil, o que trará mais segurança jurídica ao setor e deve acelerar os investimentos em novos projetos fotovoltaicos em residências e empresas no País. O PL está no Senado. 
Tipos de sistemas fotovoltaicos existentes

Segundo a engenheira civil doutora em sistemas prediais pela Poli-USP Vanessa Montoro Taborianski, existem três tipos de sistemas fotovoltaicos:


1. Sistema fotovoltaico isolado à rede (off grid): tem o objetivo de atender o consumo próprio e não possui ligação com a rede de distribuição de energia elétrica da concessionária.


2. Sistema fotovoltaico conectado à rede (on grid ou grid tie): é o mais amplamente usado no Brasil - inclusive nos projetos em condomínios -, de acordo com Vanessa, estudiosa da área de energia solar há mais 20 anos.


“Nessa tipologia, o sistema fotovoltaico está conectado à rede de distribuição de energia da concessionária. O excedente de energia gerada pelo sistema fotovoltaico é injetado na rede da concessionária e devolvido quando a geração for inferior ao consumo. Nesse sentido, a concessionária trabalha como a ‘bateria’ do sistema”, explica a engenheira, também professora da Faap e da Fatec.

3. Sistema fotovoltaico com bateria conectado à rede: há ligação com a rede de distribuição da concessionária local e armazenamento de energia em baterias. “Especialistas dizem que os sistemas com bateria devem ganhar mercado com os novos custos de uso da rede de transmissão pelo sistema on grid. Porém, é necessário a melhoria das baterias para sua maior difusão”, explica Vanessa Taborianski.


Como funciona


  1. As placas ou painéis solares possuem células fotovoltaicas, que quando recebem raios solares, captam a energia solar e transformam em energia elétrica.

  2. As placas são conectadas ao inversores solar, responsáveis por converterem a energia gerada em eletricidade. Há plataformas modernas on-line que permitem o monitoramento de tudo o que acontece na instalação.

  3. Logo em seguida, toda energia gerada é conectada na rede e chega até o “quadro” de luz, no qual é responsável por distribuir toda a energia no condomínio.


Primeiro passo do condomínio: aprovação em assembleia


Por ser uma benfeitoria que pode ser considerada necessária, segundo especialistas, basta a aprovação em assembleia pela maioria simples dos condôminos presentes. 


“O sistema de energia solar fotovoltaica pode ser aprovado por maioria dos participantes em assembleia com item dedicado ao assunto, ou seja, sem quórum qualificado para aprovação. A justificativa é pela economia gerada e contribuição ao meio ambiente, que não devem ser impedidas por um quórum mais rígido. A benfeitoria tem mais relação com necessidade do que com utilidade ou mero deleite, conceitos inclusos no art. 1.341 do Código Civil”, esclarece o advogado André Junqueira.

No âmbito do direito civil, que rege as relações condominiais, ainda não há lei que regulamente esta instalação, segundo Junqueira.


No entanto, existem normas técnicas que devem ser levadas em consideração, especialmente a resolução da Aneel, que determina que a contratação de profissionais habilitados na área de engenharia elétrica é imprescindível para garantir o correto dimensionamento do sistema e para solicitar as licenças necessárias à concessionária de energia para a execução do projeto.


E antes de iniciar a utilização, a distribuidora terá ainda que vistoriar as placas para autorizar o uso.


Quanto custa implantar energia fotovoltaica em condomínio

Para se ter uma ideia: um condomínio que tenha despesa de R$ 2 mil por mês com energia elétrica, teria de investir entre R$ 90 mil e R$ 100 mil para zerar essa conta. O sistema, então, se pagaria em até 4 anos e geraria energia por pelo menos 25 anos.


"Em uma conta rápida, após o sistema se pagar, irá gerar uma economia de mais de R$ 500 mil”, diz Lucas Gibram, gerente de Engenharia da ForGreen Energia Renovável.

Fora isso, não há taxa a ser paga à concessionária para a instalação. Apenas após o início do uso do sistema fotovoltaico, o que será pago na conta é a taxa mínima (que é a disponibilidade de energia) e encargos como taxa de iluminação pública.


Manutenção do sistema fotovoltaico

O outro ponto positivo a se destacar é que o custo-benefício da tecnologia compensa porque o sistema tem vida útil longa - de aproximadamente 25 anos - e praticamente não exige manutenção específica.


"Depende apenas da limpeza dos painéis, nos quais a chuva, que é constante em São Paulo, se responsabiliza”, conta Luciano Gennari, síndico profissional de um prédio no Morumbi, que, por questão de espaço, aproveitou as 28 placas solares para ampliar a cobertura da área da churrasqueira de seu condomínio, erguido em 1987. 

Espaço necessário e posicionamento das placas solares

Essa tecnologia se adapta bem em qualquer empreendimento. Os mais novos já estão sendo idealizados com ela, enquanto os mais antigos precisam passar por um estudo, mas que também podem conseguir abrigar as placas.



O único limitador, no entanto, é o espaço. Cada painel com potência de 325 W (watt) mede 2,00 x 1 metros, por exemplo.
"Preferencialmente, os painéis são instalados no telhado para não perder a área de solo, mas também já os colocamos em estruturas para garagem e já acomodamos em suportes no chão. Os painéis devem estar apontados para o lado norte com uma leve inclinação para se obter o melhor aproveitamento do mesmo, mas também pode se usar o lado oeste e leste, porém a produção diminui em média 10%”, explica Eder Dias, diretor de projetos da Energy Free.

De acordo com Lutgardes de Souza, engenheiro eletricista da Tecno Ready Serviços Eletro Eletronicos, existe ainda a opção de instalação dos módulos fotovoltaicos nas fachadas dos prédios, porém isto ainda não é algo tão usual.


Panorama da energia fotovoltaica no Brasil

Devido ao incentivo que o próprio governo criou para difundir a tecnologia, como as linhas de crédito oferecidas para financiar a energia solar, os módulos fotovoltaicos estão ganhando cada vez mais adeptos nos últimos anos no Brasil, permitindo que residências e condomínios consigam instalar cada vez mais placas solares.


De 2017 a 2019, o Brasil subiu 10 posições no ranking mundial de energia solar fotovoltaica, passando de 26º para 16º lugar, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR).


De acordo com levantamento da entidade de outubro de 2021: 

  • Nº conexões de micro e minigeração de energia superou 611 mil sistemas conectados à rede

  • Unidades consumidoras atendidas: 800 mil 

  • Potência instalada: 7,2 gigawatts

  • Investimentos: R$ 36,7 bilhões 

  • Geração de empregos: 217 mil (desde 2012)

  • Presença territorial: 5.083 municípios 

A classe de consumo residencial é a maior responsável, com 75,8% das conexões. Apesar do grande avanço nos números, dos mais de 88 milhões de consumidores de eletricidade do País, apenas 0,9% faz uso da energia solar. Segundo análise da ABSOLAR, a tecnologia fotovoltaica em telhados e pequenos terrenos deve ganhar um impulso importante neste e nos próximos anos.


Ao contrário do que acontece no Brasil, países como Estados Unidos, Alemanha, China, Itália, Japão e Espanha já estão usando todo o potencial do sol em grande escala. Essa discrepância existe porque diferente de outros locais do mundo, os incentivos para utilização de energia verde ainda são incipientes no Brasil.


Mas isso deve mudar com o PL n° 5.829/2019, aprovado pela Câmara e atualmente no Senado.


“Trará mais segurança jurídica ao setor e deve acelerar os investimentos em novos projetos fotovoltaicos em residências e empresas no País. A aprovação do PL desfaz as incertezas jurídicas e regulatórias que pairavam sobre o mercado e, com isso, traz estabilidade, previsibilidade e clareza para o crescimento acelerado da energia solar no Brasil”, avalia o presidente executivo da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia.

A expectativa é que, com isso, o Brasil saia do atraso de 15 anos em relação ao setor fotovoltaico de outros países, segundo a ABSOLAR, mesmo contando com uma das posições mais privilegiadas para a geração de energia solar em todo o mundo.


Serviço



Fonte: https://www.sindiconet.com.br/informese/como-funciona-a-energia-fotovoltaica-em-condominios-manutencao-energia-fotovoltaica


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